A região metropolitana de Lisboa é rica em vinhos de qualidade, produzindo-os em largas quantidades, o que lhe confere uma vantagem relativamente à venda nos mercados internacionais. A cultura da vinha nesta região data da idade média e o seu cultivo esteve bastante ligado a diversas ordens religiosas, das quais se destaca a ordem religiosa de Cister, em Alcobaça.
A região de Lisboa (Figura nº 13) é uma das maiores regiões vitivinícolas do país em termos de área de vinha plantada e produção de vinho. Nesta região o relevo não é muito acentuado, com exceção da região sul. Os solos são na sua maioria de formações argilo-calcárias e argilo-arenosas e o clima, pela proximidade do Oceano Atlântico, é bastante temperado. Na zona mais a Sul encontram-se as Denominações de Origem mais conhecidas como Bucelas, Carcavelos e Colares.
A região de Lisboa tem nove Denominações de Origem: Encostas de Aire, Óbidos, Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Lourinhã, Bucelas, Carcavelos e Colares, todas elas com uma enorme capacidade de produção de vinhos elegantes e em volumes consideráveis para os mercados mundiais, com uma boa relação qualidade /preço.
Destaco ainda a Denominação da Lourinhã, uma região com um papel bastante significativo, ainda que desconhecido por muitos, na produção de bons vinhos para destilação, que dão lugar a excelentes aguardentes. A Denominação de Origem da Lourinhã é a única D.O exclusiva para produção de aguardentes em Portugal, e a única no mundo fora do território francês, especializada na produção desta bebida de alto teor alcoólico. Em todo o mundo existem apenas três Denominações de Origem de Aguardentes Vinicas; a portuguesa Lourinhã e as regiões francesas de Cognac e Armanac .
As aguardentes velhas de Denominação de Origem da Lourinhã são reconhecidas pela sua excelente qualidade, representando uma boa oportunidade de valorização da imagem de qualidade de Portugal. As castas utilizadas e autorizadas para a produção de aguardente de Denominação de Origem da Lourinhã são a Cabinda, única casta tinta, a Alvadurão, Alicante Branco, Boal Espinho, Barquinhas, Malvasia Rei e Tália, nas castas brancas, sendo obrigatório o estágio de vinte e quatro meses em barrica.
As castas mais utilizadas nesta região de Lisboa são a Arinto, Fernão Pires, Jampal, Vital, Malvasia, Boal e Esgana Cão, nas castas brancas, e Castelão, Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Caladoc nas castas tintas.